sexta-feira, 2 de abril de 2021

REFLEXÃO

 PÁSCOA, PANDEMIA e PANACEIA




"Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem."___Jesus


A Páscoa, ou Domingo da Ressurreição, é uma festividade religiosa e um feriado que celebra a ressurreição de Jesus ocorrida ao terceiro dia após sua crucificação no Calvário, conforme o relato do Novo Testamento

É a principal celebração do ano litúrgico cristão e também a mais antiga e importante festa cristã. A data da Páscoa determina todas as demais datas das festas móveis cristãs, exceto as relacionadas ao Advento. 

O domingo de Páscoa marca o ápice da Paixão de Cristo e é precedido pela Quaresma, um período de quarenta dias de jejum, orações e penitências.

A Páscoa não é uma data comemorativa exclusivamente cristã.

O que muitos não sabem, é que a Páscoa já era comemorada há pelo menos 1.300 anos antes de Cristo (a.C.).
No período pré-mosaico, pastores de tribos nômades que depois deram origem aos primeiros povos hebreus, e que viviam em mudança constante entre Oriente Médio e África, chamavam de Pessach a sua Páscoa, que era uma festa anual sem nenhum significado religioso, realizada para comemorar a chegada da primavera, e com ela, a fartura nos campos, que alimentaria suas famílias e seus rebanhos.

Estas tribos de nômades não tinham ainda uma religião, apenas algumas crenças isoladas, nada mais que isso, e conviviam entre si em plena harmonia... não haviam guerras, não haviam conflitos, e havia muito respeito entre eles. 

No calendário judaico também encontraremos a comemoração da Páscoa.

A Páscoa Cristã, basicamente, celebra a Ressurreição de Jesus após 3 dias da sua crucificação.

No Evangelho de Jesus, entre suas máximas mais importantes, encontraremos aquela que deixa claro a todo o povo cristão:


" Amai ao vosso próximo como a vós mesmos."


Por esse mandamento maior deveríamos ter como exemplo em nossas vidas que "só devemos fazer ao nosso próximo aquilo que gostaríamos que nos fizessem", e ainda que "não devemos fazer ao nosso próximo nada daquilo que não gostaríamos que nos fizessem".

Essa máxima, resume e reúne em pouquíssimas palavras uma infinita relação de mandamentos, deixando claro Jesus, que isso nos serve como um perfeito Código de Vida, basta segui-lo.

Porém, mais de 2 mil anos depois da revelação da Boa Nova de Jesus, hoje, o povo cristão demonstra ainda não ter entendido a sua essência mais pura.

Hoje, em tempos de pandemia, há um ano sofrendo com o impacto crescente das mortes provocadas pelo vírus da COVID-19, o POVO CRISTÃO tem muitas semelhanças com os "cidadãos desvairados" das antigas Sodoma e Gomorra citadas no Velho Testamento.

Exagero?

Nenhum!

Se Sodoma e Gomorra existiram, não tenho certeza.

A única certeza que tenho é que vivemos hoje no mundo, e especialmente no Brasil, algo bem próximo do que aquele povo vivia, entre orgias e festas loucas, entre a vaidade e o egoísmo, entre a negação e a zombaria, entre o desrespeito e a irresponsabilidade, entre a morte e a destruição.

Vemos hoje, o povo cristão negando o óbvio, negando a doença, negando seu tratamento e sua prevenção, negando sua realidade, negando até mesmo a morte de seus irmãos.

Alguns, em nome de um conservadorismo frágil e hipócrita, se nomeando "cidadãos de bem", ousam dar mais valor à vil moeda que à vida do seu próximo.

Outros, que se utilizam da "'palavra sagrada" de forma sorrateira e desonesta, ousam enganar seus seguidores, e prometer uma "verdade" que não existe.

Entre estes, muitos lhes dão razão, até para não ter muito esforço, e preferem seguir-lhes como ovelhas servis, e através de seu "voto de confiança" garantem-lhes o poder irrestrito para fazer o que quiserem das nossas vidas.

E pior que isso, é viver em clima de panaceia, onde este "povo cristão" que já deveria saber que Jesus nunca aprovaria o que pregam, acreditam em cloroquinas, ivermectinas e creolinas salvadoras.

Nesta SEXTA FEIRA SANTA, dia em que lembramos a Crucificação do Filho de Deus, Jesus de Nazaré, o Cristo, homem mais puro que já pisou neste planeta, outros muitos cristos morrerão também, e se seguirmos os números de ontem, serão ao menos 3 mil brasileiros mortos hoje, pois essa é a média de mortes dos últimos dias.

Desde que este vírus atingiu o solo brasileiro, já somam nesta data sagrada de hoje, 325 mil brasileiros mortos, todos cristos crucificados diante da incredulidade e da irresponsabilidade de um povo que se denomida cristão.

Não sejamos hipócritas como muitos já são. 

Sejamos cristãos verdadeiros, cristãos que vivem os ensinos de Jesus no fundo do seu coração.

Lutemos pela vida de forma responsável, sem negar a ciência, pois Ele não a negaria.

Sejamos aqueles cristãos que realmente entenderam a máxima maior do Mestre Jesus, e amando o nosso próximo como a nós mesmos, seja quem for este próximo, consigamos mudar este cenário de horror, para ressuscitar e sobreviver diante desta ameaça cruel que cai sobre nós.

Que JESUS tenha piedade de nós, e nos guie hoje e sempre!

PENSEMOS NISSO!


ELSON 

02/04/2021 

quinta-feira, 1 de abril de 2021

 PÁTRIA AMADA, dividida e dilacerada.


"O patriotismo é o último refúgio dos canalhas."___Samuel Johnson


O patriotismo é o sentimento oriundo de um indivíduo PATRIOTA, e que revela acima de tudo, a devoção à sua pátria original. 

"O patriota é aquele que ama seu país e procura servi-lo da melhor forma possível. Patriotismo é um sentimento voluntário, unilateral, de amor e pertencimento. Revela a disposição de entrega à causa da pátria. ... Ele serve ao seu país e é solidário aos que devotam o mesmo sentimento de patriotismo."

Sentimento, devoção, amor, servidão, pertencimento, entrega, voluntariado, são palavras que discordam entre si e se contradizem, se contrapõem. 

Em pleno século XXI, em meio à uma crise mundial gerada por um vírus mortal que não escolhe onde agir, e causa a morte e a dor em qualquer que seja a nação, rica ou pobre, desenvolvida ou não, em níveis nunca antes vistos no planeta, o PATRIOTISMO perde seu sentido e torna-se obsoleto diante da necessidade vital de união da raça humana.

Aliás, nunca que a visão do patriota foi legítima na história da humanidade, e como prega o aforismo de Samuel Johnson, "o patriotismo é o último refúgio dos canalhas", tanto que esse sentimento até hoje, só foi cultuado pelos governantes ditadores que usurparam seus povos, e por seus seguidores.

Pregar o patriotismo é separar, selecionar, dividir, excluir, negar, tomar, explorar... nunca que o patriota deu mais que tomou, e se beneficia alguém, esse alguém será sempre outro patriota, ou quem com ele se afine em pensamentos.

Durante os anos de chumbo do Regime Militar que se estabeleceu no Brasil, à partir de 1964, os governantes militares emplacaram uma campanha que exaltava o sentimento de amor e devoção à pátria, com diversas peças publicitárias entre anúncios de TV, canções encomendadas e discursos inflamados, e que resultou na frase "BRASIL, AME-O OU DEIXE-O".

"BRASIL, AME-O OU DEIXEI-O" não passou de um recado ao povo brasileiro e aos que não concordavam com o regime ditatorial instalado no país, que deixava claro que quem não aceitasse o que se impunha naqueles tempos, que se fosse embora, ou que, morreria.

Exatamente neste período, a tortura e o assassínio daqueles que com eles não concordavam, chegou a níveis assustadores.

Oras, que sentimento é esse divide e separa os filhos de uma mesma nação, e propõe aos que discordam de um comando maior, seu exílio ou a morte?

Que AMOR é esse que vê mais importância numa "instituição" do que num IRMÃO?

A pátria somos nós brasileiros, somos o povo, rico ou pobre, negro ou branco, religioso ou ateu, somos qualquer um que vive neste país.

A pátria somos eu e você, todos nós, e não um conjunto de símbolos, bandeiras e  hinos que nada mais representam que uma alegoria, se não for dado o real valor à qualquer ser que aqui vive.

Aqueles que ousam dar à pátria, mais valor que ao seu povo, jamais serão grandes líderes, e não passarão apenas de usurpadores da liberdade alheia e da dignidade da vida.

Este sentimento exagerado de amor à pátria nascido nos tempos da Ditadura, e que há alguns anos atrás renasceu com a proposta ultra conservadora e ultrapassada de alguns políticos, religiosos e "cidadãos de bem", é o que expressa o canalhismo citado por Samuel Johnson.

Estes não passam de abutres que com sua retórica patriota, tem por propósito, sugar do país, tudo o que lhes possa enriquecer, e jamais se entregam ou pensam no povo mais simples que movimenta a nação todos os dias.

Não creiam nestes que como falsos profetas, cantam hinos com a mão direita em riste sobre a testa, e ao mesmo tempo, com a esquerda, roubam a vida, a saúde, a educação, o alimento e a dignidade do nosso povo.

A pátria brasileira, não está sendo amada, ao contrário, está sendo desconstruída a cada dia, e vem sendo dilacerada por brasileiros que estes sim, não deveriam nos governar, em todos os âmbitos, municipais, estaduais e federal, este último, principalmente.

O povo brasileiro sofre hoje, e morre, porque acreditou nesta gente hipócrita e indecente, e não soube ver além de suas propostas vis e mentirosas. 

Eles não valem nada, e são apenas canalhas!

PENSEMOS NISSO! 


Texto de autoria de Elson de Paula


*Samuel Johnson, (1709 - 1784), conhecido como Doutor Johnson, foi um escritor e pensador inglês conhecido por suas notáveis contribuições à língua inglesa como poeta, ensaísta, moralista, biógrafo e crítico literário.