quinta-feira, 1 de abril de 2021

 PÁTRIA AMADA, dividida e dilacerada.


"O patriotismo é o último refúgio dos canalhas."___Samuel Johnson


O patriotismo é o sentimento oriundo de um indivíduo PATRIOTA, e que revela acima de tudo, a devoção à sua pátria original. 

"O patriota é aquele que ama seu país e procura servi-lo da melhor forma possível. Patriotismo é um sentimento voluntário, unilateral, de amor e pertencimento. Revela a disposição de entrega à causa da pátria. ... Ele serve ao seu país e é solidário aos que devotam o mesmo sentimento de patriotismo."

Sentimento, devoção, amor, servidão, pertencimento, entrega, voluntariado, são palavras que discordam entre si e se contradizem, se contrapõem. 

Em pleno século XXI, em meio à uma crise mundial gerada por um vírus mortal que não escolhe onde agir, e causa a morte e a dor em qualquer que seja a nação, rica ou pobre, desenvolvida ou não, em níveis nunca antes vistos no planeta, o PATRIOTISMO perde seu sentido e torna-se obsoleto diante da necessidade vital de união da raça humana.

Aliás, nunca que a visão do patriota foi legítima na história da humanidade, e como prega o aforismo de Samuel Johnson, "o patriotismo é o último refúgio dos canalhas", tanto que esse sentimento até hoje, só foi cultuado pelos governantes ditadores que usurparam seus povos, e por seus seguidores.

Pregar o patriotismo é separar, selecionar, dividir, excluir, negar, tomar, explorar... nunca que o patriota deu mais que tomou, e se beneficia alguém, esse alguém será sempre outro patriota, ou quem com ele se afine em pensamentos.

Durante os anos de chumbo do Regime Militar que se estabeleceu no Brasil, à partir de 1964, os governantes militares emplacaram uma campanha que exaltava o sentimento de amor e devoção à pátria, com diversas peças publicitárias entre anúncios de TV, canções encomendadas e discursos inflamados, e que resultou na frase "BRASIL, AME-O OU DEIXE-O".

"BRASIL, AME-O OU DEIXEI-O" não passou de um recado ao povo brasileiro e aos que não concordavam com o regime ditatorial instalado no país, que deixava claro que quem não aceitasse o que se impunha naqueles tempos, que se fosse embora, ou que, morreria.

Exatamente neste período, a tortura e o assassínio daqueles que com eles não concordavam, chegou a níveis assustadores.

Oras, que sentimento é esse divide e separa os filhos de uma mesma nação, e propõe aos que discordam de um comando maior, seu exílio ou a morte?

Que AMOR é esse que vê mais importância numa "instituição" do que num IRMÃO?

A pátria somos nós brasileiros, somos o povo, rico ou pobre, negro ou branco, religioso ou ateu, somos qualquer um que vive neste país.

A pátria somos eu e você, todos nós, e não um conjunto de símbolos, bandeiras e  hinos que nada mais representam que uma alegoria, se não for dado o real valor à qualquer ser que aqui vive.

Aqueles que ousam dar à pátria, mais valor que ao seu povo, jamais serão grandes líderes, e não passarão apenas de usurpadores da liberdade alheia e da dignidade da vida.

Este sentimento exagerado de amor à pátria nascido nos tempos da Ditadura, e que há alguns anos atrás renasceu com a proposta ultra conservadora e ultrapassada de alguns políticos, religiosos e "cidadãos de bem", é o que expressa o canalhismo citado por Samuel Johnson.

Estes não passam de abutres que com sua retórica patriota, tem por propósito, sugar do país, tudo o que lhes possa enriquecer, e jamais se entregam ou pensam no povo mais simples que movimenta a nação todos os dias.

Não creiam nestes que como falsos profetas, cantam hinos com a mão direita em riste sobre a testa, e ao mesmo tempo, com a esquerda, roubam a vida, a saúde, a educação, o alimento e a dignidade do nosso povo.

A pátria brasileira, não está sendo amada, ao contrário, está sendo desconstruída a cada dia, e vem sendo dilacerada por brasileiros que estes sim, não deveriam nos governar, em todos os âmbitos, municipais, estaduais e federal, este último, principalmente.

O povo brasileiro sofre hoje, e morre, porque acreditou nesta gente hipócrita e indecente, e não soube ver além de suas propostas vis e mentirosas. 

Eles não valem nada, e são apenas canalhas!

PENSEMOS NISSO! 


Texto de autoria de Elson de Paula


*Samuel Johnson, (1709 - 1784), conhecido como Doutor Johnson, foi um escritor e pensador inglês conhecido por suas notáveis contribuições à língua inglesa como poeta, ensaísta, moralista, biógrafo e crítico literário.


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"Quem não pode atacar o argumento, ataca o argumentador." Paul Valéry